Que os Jogos comecem
Eu tinha dito que teria duas matérias na semana passada, mas por conta da revisão final do meu livro medieval, acabou que não tive tempo. Por isso peço desculpas. Essa semana me pediram que fizesse uma matéria sobre livros com uma temática mais caótica, e aqui está ela. Hoje irei falar sobre livros com a temática de sobrevivência. É de comum acordo que este tipo de livro atrai e conquista fãs de todas as idades, e rende muito para os bolsos do autor. Desde os tempos de outrora, que os humanos tem um gosto por ver jogos nos quais as pessoas colocam suas vidas em risco. Vide o Coliseu, que atraia centenas e centenas de pessoas para ver os gladiadores darem suas vidas por mero entretenimento. Mas não pense que por que o tempo passou e estamos globalizados que essa sede de sangue sumiu com nossos antepassados. Quem aqui não gosta de uma luta na TV? Pois bem, apesar de não ter mais mortes, ainda assim curtimos ver lutas e competições onde os participantes dão tudo de si.
E isso reflete nos livros e mangás. Vários autores optaram por escrever histórias deste gênero, e é sobre eles que vou falar hoje. Se você quer escrever algo deste tipo, preste atenção na matéria. Pois bem, vamos lá.
Um livro que aborda um jogo extremo, e que para mim, de todos os que vou falar hoje, ele é o segundo melhor é Battle Royale. Escrito por Koushun Takami, o livro foi lançado em 1999 e até hoje é um dos precursores deste estilo Survival Horror. Devido ao seu alto grau de violência, o livro chocou o país, mostrando algo até então nunca visto em um livro onde os protagonistas eram meros adolescentes. Situado em um japão fictício, dominado por uma força policial chamada de República da Ásia Oriental, de tempos em tempos 50 alunos cursando o 9º ano, são escolhidos aleatoriamente e tem de cada um pegar uma arma e matar todos os seus colegas, sendo que somente um pode ser o vencedor. Com o pretexto de ser uma viagem escolar, um novo grupo de alunos é levado até um local inóspito onde tem de enfrentar esse jogo doentio do governo. Não vou falar mais para não estragar a leitura, e recomendo que assistam o live-action número 1, que foi baseado no livro. Se quiser mostrar o lado desesperador de jovens protagonistas que só querem sobreviver, além de que todos, por mais jovens que sejam, ao se verem em uma situação caótica, tornam-se tão cruéis quanto qualquer adulto, Battle Royale é seu melhor exemplo, pois induzir protagonistas jovens em uma situação que até mesmo adultos não saberiam lidar rende bons livros.
Agora vou falar do já conhecido por todos, Hunger Games, que apesar de muitos fãs dizerem que é um texto original, é claramente evidente que a parte de sobrevivência e até um pouco da política opressora foi baseado no Battle Royale. Todo mundo conhece a história de Katniss, do sacrifício e do terror que ela passou durante os jogos e fora dele também. O que vale ressaltar no livro é que ao contrário do BR, a ênfase política é maior, dando a sensação que isso poderia realmente acontecer conosco do jeito que o mundo está atualmente. Em geral, livros deste gênero sempre são meio distópicos, mas HG é sem dúvida o melhor em retratar a política como uma forma de caos. Os filmes não abordam tanto isso, e focam mais no romance KatnissxPeeta, o que acho que acabou desvalorizando uma obra tão boa quanto HG. Se quer criar um livro, onde exista um jogo, mas com um cunho mais real, uma política dominadora e consequentemente opressiva, leia a trilogia.
Voltando para o japão, que para mim é onde reside as melhores histórias deste gênero, temos Kaiji, que para mim é o melhor deste gênero. Aqui não temos uma política opressora, nada distópico, só o bom e velho mundo real. Kaiji conta a história de Itou Kaiji, um jovem que após se endividar horrores, recebe a proposta de participar de um jogo em um cruzeiro, onde ele teria a chance de não só cobrir suas dívidas mas também de ficar milionário. Kaiji aborda a ganância humana, e como nós somos levados a fazer qualquer coisa por dinheiro, arriscando até mesmo nossas vidas. Os jogos em si do Kaiji é que são interessantes. Cada um é bem específico e não tem como ficar com os olhos grudados seja no mangá, no anime ou nos live-actions, torcendo como se fossemos nós os jogadores. O jogo de cartas lembra em muito o jogo Uno, Magic, ou até mesmo YU-Gi-OH, apesar de ser reduzido a bem menos cartas, não deixa o jogo desinteressante. Eu queria um baralho daquele para jogar. Quando for criar um livro onde exista um jogo ou mais, seja criativo, tentando fazer algo que ninguém jamais viu, e isso em si não é fácil de fazer. Leia e assista Kaiji, se quer além de ter uma ideia de como fazer um jogo mais realista, ter ideias para criar seus próprios jogos.
Por último temos Gantz, que é sem dúvida a história de jogo de sobrevivência mais legal e bizarra ao mesmo tempo. Gantz, foi criado por Hiroya Oku, e conta a história de Kurono Kei, que após reencontrar um velho amigo de infância, acaba morrendo junto com ele e indo parar em um apartamento com pessoas estranhas. Após o susto inicial e o desespero de não saber o que aconteceu ao certo, eles notam uma grande esfera negra, que conversa com eles por meio de uma tela. A esfera diz que eles agora tem de matar certos aliens e que ganharão pontos por isso, resultando ao final de cem pontos a possibilidade de até mesmo sair do jogo. Com inúmeros aliens perigosos, uma boa dose de erotismo e muito sangue, Gantz é em si um dos jogos mais desesperadores de todas essas obras que citei. Mesmo com suas Suits especiais, armas a laser e tudo mais, os Aliens estão sempre surgindo cada vez mais fortes e o jogo se torna cada vez mais desesperador. Existe o mangá, o anime, dois live-action e uma animação colossal que cobre um dos melhores arcos da história. Se você autor curte caça a alienígenas e muito sangue, e quer escrever um livro com um jogo como este, o que não falta é material do Gantz para sua pesquisa.
Bem pessoal, por hoje é só. Divulguem, compartilhem e farei o máximo para trazer a nova matéria antes do meio da semana que vem. Ah e já adianto, a próxima matéria será sobre livros eróticos, por isso aguardem.